No vasto universo de O Senhor dos Anéis, onde espadas lendárias como Andúril e Narsil simbolizam a realeza e a guerra, existe uma pequena lâmina que brilha pelo seu valor, não pelo seu tamanho: Ferrão, a espada élfica que acompanhou Frodo Bolseiro na sua viagem ao Monte da Perdição.
Não era apenas uma arma útil, mas também um símbolo de coragem nas mãos de alguém que nunca foi um guerreiro, mas que se tornou um herói.
Aqui pode descobrir a sua história, origem, magia e o que a torna numa das armas mais acarinhadas do universo mitológico criado por Tolkien.

Origem de Sting: Um Tesouro de Gondolin
Sting não foi forjado nos tempos recentes da Terceira Era. As suas origens remontam à cidade de Gondolin, um dos mais famosos e trágicos reinos élficos da Primeira Era.
Foi aí que muitas armas mágicas foram forjadas, imbuídas de poder, beleza e resistência.
O curioso é que Ferrão, sendo uma espada curta, foi provavelmente originalmente concebida como um punhal élfico; no entanto, nas mãos de um hobbit como Bilbo — e mais tarde Frodo — o seu tamanho, em proporções, assemelhava-se ao de uma espada. Isso tornou-a uma peça única desde o momento em que foi descoberta.
Bilbo e a descoberta nas Montanhas Sombrias
Foi encontrado por Bilbo Baggins em O Hobbit, durante a sua aventura com os anões nas Montanhas Sombrias, dentro de uma gruta de trolls.
Foram ainda encontradas ao lado dela Orcrist, a espada de Thorin, e Glamdring, a espada de Gandalf.
Todas as três eram armas élficas, esquecidas durante séculos e recuperadas por acaso.
Bilbo escolheu Ferrão, sem saber que estava a iniciar um legado. Foi a sua primeira arma e, embora inicialmente a tenha empunhado com hesitação, cedo se afeiçoou a ela. Chegou mesmo a dar-lhe um nome, como faziam os grandes guerreiros de antigamente.

Características físicas do Dardo
Dardo não é grande nem intimidante, mas a sua beleza é evidente.
A lâmina é fina e curva, com um fio afiado e flexível, feita de um metal élfico prateado que nunca enferruja. O seu punho é incrustado com motivos élficos, e alguns contos sugerem que tenha uma tonalidade azulada ou marfim.
O mais especial desta arma é a sua capacidade mágica de detetar orcs: quando os inimigos desta raça se aproximam, a lâmina brilha com uma luz azul.
Este pormenor não serve apenas como aviso, mas também como recurso narrativo para gerar tensão, como vemos em vários momentos tanto em O Hobbit como em O Senhor dos Anéis.
A Herança de Frodo
No início de A Irmandade do Anel, Bilbo entrega a sua espada a Frodo, juntamente com a sua malha de mithril.
Embora Frodo não fosse um lutador treinado, cedo aprendeu a usar Ferrão de forma decisiva.
No Shire, Bree, Moria ou Cirír Angol, Dart era um companheiro constante e silencioso.
Frodo usou-a para se defender dos Nazgûl, Laracna — a temível aranha gigante — e dos orcs de Mordor.
Embora não fosse uma arma poderosa em termos de dano, a sua leveza e reação ao perigo tornavam-na inestimável.

Um símbolo de coragem humilde
Ferrão tornou-se mais do que uma simples espada. Nas mãos de Frodo, simbolizava a coragem do pequeno perante o imenso. A bravura do humilde que, sem procurar a glória, se torna protagonista dos maiores acontecimentos.
Tolkien sublinha constantemente que o poder nem sempre reside nos grandes, mas sim naqueles que resistem com dignidade. A Ferrão é esta ideia feita de aço: uma lâmina pequena, sim, mas com um propósito firme.
O fim da viagem e o destino de Dardo
Após a queda de Sauron e a destruição do Um Anel, Frodo regressa ao Shire e, algum tempo depois, parte para Valinor, o reino ultramarino.
Em algumas versões, Dart foi dado a Sam, outras afirmam que foi guardado como uma relíquia.
Seja qual for o seu destino final, a espada permaneceu para sempre associada ao nome de Frodo e ao sacrifício que fez pela Terra Média.













