Bem-vindo a um novo artigo de Swords and More! Hoje falaremos com vocês sobre um novo western que estamos prestes a ver nos cinemas e estrelado por Viggo Mortensen. "Até o Fim do Mundo"
Mas primeiro, do que se trata esse western?
Até o Fim do Mundo se passa nos Estados Unidos da década de 1860, em que uma mulher independente chamada Vivienne Le Coudy inicia um relacionamento com o dinamarquês Holger Olsen. Depois de conhecer este último em São Francisco, ela viaja com ele para sua casa perto de Elk Flats, em Nevada, onde eles começam a viver juntos, porém a Guerra Civil irá separá-los...
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Num cenário onde a poeira do Velho Oeste se mistura com a crueza de uma nova e implacável América, “Até o Fim do Mundo” revela-se como uma odisseia contada a partir da perspectiva da esposa do protagonista. Neste mundo impregnado de racismo e misoginia, ela surge como a verdadeira construtora de um futuro. Aqui, um túmulo pode simbolizar a esperança e um rio, vermelho pelas manchas que nele penetram, torna-se o batismo de cura para o homem. Este rio corre em direção ao mar dos créditos finais, tão emblemático quanto o mar que protagoniza a poética e a desconstrução do masculino em “O Rosto Impenetrável” (1961), estrelado por Marlon Brando.
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Em “Até o fim do mundo”, o “herói” não saca a arma nem tira vidas, mas a violência espreita de forma crua e impiedosa. Nesta narrativa, ecoam filmes de Clint Eastwood como “Os Imperdoáveis” (1992), com seu pistoleiro atormentado, e “O Fora da Lei” (1976), onde a jornada rumo à paz interna é empreendida graças à força e determinação feminina.
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Viggo Mortensen, hábil na manipulação dos tropos e arquétipos do género, infunde na narrativa um toque genuinamente europeu, por vezes reminiscente de Bertolt Brecht, especialmente na representação de figuras como o juiz, o xerife e o pianista. Mas ainda mais brechtiana é a presença da mãe como símbolo de bravura, o que torna o segundo filme de Mortensen como realizador numa joia cinematográfica.
E você, o que acha dessa nova produção?